Este iBook é como um catálogo do projeto, mostrando exemplos de todas as atividades, bem como incluindo elementos inéditos como entrevistas com os alunos que fizeram BD’s.

Nas bandas desenhadas criadas pelos alunos no âmbito do Gnómon, existe claramente uma separação definida pela faixa etária. Se ela é óbvia na capacidade técnica, no que concerne ao contexto deste livro é sobretudo importante notar a diferença de perspectivas sobre a Natureza. Os mais novos apresentam-na enquadrada no seu contexto educativo: as espécies em vias de extinção, a que aliam a temática da caça e dos incêndios. Os alunos do secundário focam-se no contraste com a urbanidade, apresentando a Natureza numa ótica mais pessoal, enquanto palco de liberdade, transformação, deslumbramento e fuga.

Este documentário acompanha a investigação antropológica, que decorreu ao longo dos dois anos do projeto Gnómon - escolas na Biosfera, no Parque Nacional da Peneda-Gerês, procurando compreender o contexto cultural e a visão da natureza que os alunos e a sua comunidade praticam. O documentário foi co-filmado com alunos do Parque Nacional..

Todo o espetáculo foi criado a partir de um personagem - "Aurora" - que não é mais do que uma ideia. A ideia da mãe terra, um espírito protetor que luta contra as adversidades para proteger o seu pedaço de montanha. "Aurora" é a semente da terra, a terra que está a ser destruída pelas nossa escolhas conscientes ou inconscientes, e que precisa urgentemente de se regenerar e criar uma nova vida para que não se perca para sempre. Este é um personagem simbólico, tal como os três animais presentes: o cavalo, o lobo e a águia, que simbolizam as vivências no espaço natural. Para cada um foram criadas cenas em que de alguma forma se confrontam com os perigos e com as escolhas impostas pelo homem.

Clara Ribeiro do Teatro e Marionetas de Mandrágora

“Ecos - Gnómon” é um jogo de estratégia em que dois jogadores criam um território em conjunto, mas em que cada um tem objetivos diferentes e secretos para as florestas, montanhas e rios que o compõem. Através da combinação de cartas de Proposta (de atividades e políticas) os jogadores vão gerir Ecossistemas que em conjunto procuram cumprir diferentes Objetivos num Território que se irá tornar numa Área Protegida. Há que ter estratégia, pois cada jogador tem os seus próprios Objetivos para este Território, e incêndios e poluição põem tudo em causa.

Em visitas ao Parque Nacional e no seu dia-a-dia, os alunos filmaram e gravaram sons que juntos criam uma biblioteca do que é a natureza aos seus olhos.

A exposição do projeto apresenta, num formato itinerante, o Comic Book e o Caderno de Campo em versão touchscreen, bem como o documentário e os vídeos criados pelos alunos, para além de painéis interpretativos.

O conhecimento e experiência empírica, científica e artística, que a observação e vivência da natureza nos provocam motivaram os textos, fotos e ilustrações que fazem parte do “Caderno de Campo”. Nos textos e desenhos podemos ver, claramente espelhadas, as temáticas abordadas no projeto e, dentro destas, evidencia-se a perceção do valor do território que habitam, em paralelo com a inquietação face ao rumo das ações humanas. Finalmente, há um desejo tremendo de mais atividades ao ar livre e de uma alteração no modo como as temáticas ligadas à natureza são abordadas no currículo escolar. Com estes trabalhos criamos o que poderia ser o caderno pessoal de um teenager - pleno de ideias, pensamentos e desabafos.

Estas atividades em espaço natural procuraram levar os alunos a encarar o contexto ecológico não apenas como uma enumeração de dados científicos “distantes” mas como um espaço único de experiência pessoal direta, ou seja, ao conhecimento científico que se procura vincular juntar o “eu” e o “nós” enquanto elementos participantes, criando uma pedagogia emocional. Estas visitas de um dia às Portas do PNPG decorreram no Outono-Inverno de 2017-18.